Como é o desenvolvimento de uma superbactéria?

Texto feito por Neolab

O processo de evolução das superbactérias pode estar sendo acelerado pela pandemia de Covid-19. O principal motivo é o uso exagerado de antibióticos, com o objetivo que ele tivesse algum efeito de prevenção sobre o novo coronavírus. Segundo um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 79% a 96% dos que tomaram o medicamento nesse período, afirmaram que o fizeram acreditando que poderiam prevenir a infecção.    

O uso em hospitais também cresceu. Ainda de acordo com a OMS, 75% dos internados em estado grave da doença receberam antibióticos para o tratamento, mesmo que apenas 15% desses tenham realmente desenvolvido coinfecções causadas por bactérias – o que, então, justificaria a indicação.

Esse crescimento no uso dos antibióticos não fez as superbactérias surgirem, mas tem contribuído para a resistência bacteriana. Ou seja, quando esses micro-organismos se adaptam e os medicamentos param de funcionar, isso acaba dando origem às bactérias mais difíceis de combater. 

O desafio é maior do que se pensa

As superbactérias já eram uma preocupação antes mesmo da comunidade científica acender um alerta sobre o crescimento silencioso delas durante a pandemia. Dados da OMS, de 2019, apontavam que cerca de 10 milhões de pessoas morreriam, por ano, por doenças relacionadas a bactérias resistentes a medicamentos. No entanto, agora, essa previsão está sendo revista, estima-se que isso possa acontecer entre 2030 a 2040.

Existem outros desafios nesse cenário, que colocam em risco conquistas da medicina, por exemplo, realizar uma cesariana, cirurgias comuns, quimioterapias e transplantes de órgãos se tornaram procedimentos perigosos de serem feitos. Qualquer infecção pode ser letal. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2019, cerca de 230 mil pessoas morrem de tuberculose multirresistente todos os anos. 

O uso dos antibióticos no Brasil

O aumento da resistência bacteriana é uma ameaça mundial, assim como no Brasil, que o uso de antibióticos também cresceu, sobretudo durante a pandemia de Covid-19, quando o uso de um determinado antibiótico aumentou em 105%, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No Brasil, mesmo que o uso de antibióticos seja controlado desde 2010, é comum que pacientes peçam a indicação aos médicos durante uma consulta ou que o médico faça a prescrição por uma avaliação equivocada ou pelo fato de não poder acompanhar o paciente nos próximos dias. 

Como evitar a resistência bacteriana

Mesmo que esteja previsto um cenário preocupante frente ao crescimento das superbactérias, algumas atitudes são importantes na luta contra essa pandemia silenciosa:

  • Não use antibióticos por conta própria. O medicamento deve ser sempre prescrito por um profissional de saúde especializado.
  • Se o médico disse que não é necessária a utilização deste medicamento, não exija isso dele.
  • Sabe quando sobra antibiótico? Não compartilhe as sobras. A prescrição é sempre individual.
  • Para prevenir infecções mantenha sempre a higiene das mãos, assim como de alimentos e mantenha as vacinas em dia.

Fontes consultadas:

https://www.neolabimport.com.br/o-crescimento-silencioso-das-superbacterias/ O crescimento silencioso das superbactérias – Neolab (acessado em 23/03/2022)

https://saude.abril.com.br/medicina/como-a-pandemia-pode-ter-ajudado-a-criar-bacterias-superresistentes/ (acessado em 1/12/2021)

https://outraspalavras.net/outrasmidias/superbacterias-um-filme-de-terror-cada-vez-mais-proximo/ (acessado em 1/12/2021)

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